"Desperte sua força Interior com o Livro "Mulheres Extraordinárias"

Priscilla Couto

Mentora de Carreira

6 orientações que gostaria de ter recebido sobre Carreira

Tenho 45 anos, fui a primeira mulher da família ter nível superior e a única coisa que a minha mãe falou foi: nunca deixe de estudar porque você vai precisar sempre.

Minha primeira faculdade foi de Administração, onde parei no 4o. período porque engravidei. E sinceramente confesso que não gostava nem um pouco, mas era a Administração que me dava um conhecimento amplo para trabalhar. (meu Deus, de onde tiraram isso!)

Acredito que assim como eu, sua orientação foi: termina a faculdade, entrar em uma empresa, obedece ao chefe (bem estilo manda bem pode, obedece quem tem juízo), faz de tudo para permanecer o maior tempo possível na empresa e depois se aposenta. (ferrada recebendo esmola do INSS).

Só entendi o que era Carreira por volta de 2009, quando meu chefe na época, incentivou meu crescimento, onde permaneci na empresa por 16 anos.

Mas foi depois de um pé na bunda em 2017 é que entendi a importância real e autorresponsabilidade de construir o que eu desejo, para o meu trabalho.

Portanto, considero importantes essas orientações, porque faz com que você tenha clareza do que esperar do mercado.

Segundo o MEC — O Brasil tem 6,5 milhões de universitários, sendo 6,3 milhões em cursos de graduação e 173 mil na pós-graduação.

Imagina esse pessoal perdido depois da formatura, porque infelizmente na faculdade não falamos sobre isso.

Bora para as recomendações:

1. Nunca pare de estudar

Talvez na sua cabecinha, você acredite que apenas o conhecimento dado na faculdade, será o suficiente para você trabalhar.

Não quero te desanimar, garota. Mas você vai ter que aprender muito mais.

Em 2019 li uma matéria onde a uma pessoa queria ser jornalista, ao terminar a faculdade ele entendeu que não conseguiria atuar, porque o mercado tinha mudado e apenas o que aprendeu na faculdade não abri portas.

Essa é a realidade, o ensino superior é importante, mas olhar o mercado e entender o que está sendo utilizado e quais são as tendências, abre um horizonte de oportunidades para você.

Eu me formei em Gestão de RH e aprendi estatística, me diz quando eu usei isso atuando em RH?

Escolha fazer cursos práticos de pequena e média duração, conheça sobre os sistemas que o mercado usa, e em determinados momentos aprender coisas distintas que não tem relação direta.

Eu por hoje estudo sobre Neurociência, comportamento, mentalidade. Abra a sua mente para ter conhecimento transversais sobre alguns assuntos, assim você se te tornar uma profissional diferenciada.

2. Esteja no LinkedIn desde sempre

Para de pensar que o LinkedIn é apenas um local para quem está desempregado.

Aqui é a maior plataforma de relacionamento profissional do mundo, somos mais de 60 milhões de perfis no Brasil.

Ele será aliado na construção da sua marca pessoal/imagem, mesmo que você ainda esteja na faculdade.

Priscilla, mas o que é marca pessoal?

Marca pessoal é como o mercado te reconhece enquanto profissional. Sua forma de atuação, contato com as pessoas, seus valores e aprendizados, criam uma imagem de quem você é para o mundo (corporativo e vida).

Tudo que você aprende, coloca em prática, tem ideias e se relaciona com o mundo a sua volta, dá para ser compartilhado.

“Só me acho competente para estar no LinkedIn depois de formada.”

“Estou bem no meu emprego e não preciso usar LinkedIn”

Gente, para de pensar que o mundo que você vive é apenas a sua Empresa, depois que você for mandada embora, vai ser difícil arrumar outro porquê ninguém sabe o que você faz.

Sem falar que muitas pessoas ainda acreditam que sua competência e valorização para o mercado, estão relacionadas ao canudo na mão.

Se você for esperar terminar os 5 anos de faculdade, para depois começar a cuidar da sua marca pessoal, você está ferrada.

Para você construir uma CARREIRA DE IMPACTO, é essencial ser visto e ter relacionamento.

3. Foque em construir uma rede de relacionamento forte desde a faculdade

Fico espantada de como a mulherada não acredita que precisa de uma rede de relacionamento.

Hoje como empreendedora, participou de vários grupos de networking, é uma forma de trocar conhecimento e fazer com que mais pessoas saibam o que eu faço.

Quero também chamar atenção que ter QI (Quem indica) não é ruim. Nós a todo momento estamos indicados profissionais para alguém e fazemos isso porque confiamos no trabalho realizado. Então por que não podemos fazer mesma coisa com a nossa Carreira?

Ah Priscilla, mas só indicam as panelinhas ou as pessoas nem passando pelos processos seletivos.

Aqui há 2 pontos para refletir:

  1. Indicação é aprovado de pronto, sem passar pelo processo seletivo: isso diz muito mais sobre a cultura da empresa, não concorda? Quem foi indicado tem que ser avaliado da mesma forma que os demais.
  2. Somente a panelinha é indicado: nem sempre, talvez você não seja indicado, porque não criou laços com ninguém, porque acreditou que trabalhar sozinho é melhor. E em um mundo onde o relacionamento e a maior moeda de troca, você acaba não sendo visto, porque optou em “viver” sozinho.

Quando voltei para o mercado em 2020, foi pela indicação de uma ex-líder que trabalhou comigo em 2002. Mantivemos contato por todo esse tempo, pois tínhamos amizades em comum e ela não pensou duas vezes quando a procurei.

Talvez você diga: “eu foco apenas em trabalhar“, porém fazer isso te afastas de novas oportunidades.

Eu conheci pessoas que não aceitavam participar de novos projetos, não comparecia a eventos, almoços ou happy hours que eram convidados. Viviam apenas na sua bolha de trabalhar – nem pensar em interagir, porque as pessoas são chatas ou não tenho tempo.

Concordo que algumas pessoas são difíceis de conviver, mas é possível se relacionar sem se envolver com temas que não gosta.

Não está fazendo favor para ninguém, apenas entendendo as regras do jogo, ainda no Brasil que somos completamente relacionais.

Tem uma frase de Maquiavel que diz: “Aos amigos os favores, aos inimigos a lei.”

Aprender a ocupar os espaços e entenda todo o ponto de contato com alguém, a concretização da sua marca pessoal.

4. Não perca sua identidade e tenha clareza sobre sua trajetória

Maria do Boticário, Dulce da Ambev e Pedro da Coca Cola…

Sei que temos muitas vezes maior orgulho da organização que participamos, mas isso não quer dizer que você precisa “vestir a camisa por completo” e esquecer da sua.

A estrela de todo esse processo é você e não a sua empresa

Uma das maiores dificuldade do momento do recrutamento, é entender se aquela profissional entrega mesmo tudo que fala e sabe porque: porque ela não tem clareza sobre seus feitos, apenas trabalhou todos os dias, sem se preocupar com os seus resultados.

Até porque ela vivia na segurança, nunca passando pela sua cabeça que seria desligada.

Um ( ) aqui:

NÃO EXISTE SEGURANÇA NA CLT.

Trabalhar em uma empresa, é a celebração de um contrato, onde a empresa compra suas experiências, conhecimento e horas. No momento que nenhum dos dois está mais a fim desse contrato, há o desligamento ou o pedido do desligamento.

Ter clareza sobre a sua trajetória é o ponto inicial da sua venda, em um momento de entrevista e até momento para pleitear uma promoção.

5. Tenha um planejamento da sua Carreira para os próximos 12 meses

Eu amo uma fala de Alice no País das Maravilhas com o Gato que diz:

Alice: para onde vai essa estrada?

Gato: para onde você quer ir?

Alice: não sei.

Gato: então qualquer caminho serve.

Eu conheço muita gente que está igual a Alice ou estilo Zeca Pagodinho (para os mais modernos), deixando a vida levar… e sabe onde isso vai dar? Em lugar nenhum.

Talvez você não saiba, mais a sua Carreira é o somatório de todas as ações, erros, aprendizados, relacionamento e escolhas que te trouxe até aqui.

Já perdi as contas que quanta vezes ouvi: “ Eu não tenho carreira, por que estou desempregada. “

Mulher, você está desempregada e não é desempregada.

Então você tem Carreira sim, tudo que fez até o seu desligamento e que vai continuar fazendo enquanto está buscando nova oportunidade faz parte.

Não pense que a Carreira é uma linha reta, está mais para um labirinto. Por isso abra sua mente e pense de forma macro: com o conhecimento que tenho, com a experiência conquistei e tudo que ainda quero fazer, onde posso atuar?

Cabe pensar no que será feito para os próximos 12 meses com a sua Carreira, para isso compartilho alguns questionamentos que cabe ter a resposta:

  1. O que eu gosto e que faria até de graça?
  2. Quais os talentos e habilidades que tenho que desenvolver para atuar com isso?
  3. Quanto eu tenho de reserva financeira para estudar?
  4. Quem são as pessoas que podem me auxiliar a montar a Carreira que desejo?

Talvez você esteja trabalhando em uma empresa que tem um plano de carreira, e a pergunta que faço é: o caminho que a empresa está trilhando e o que você quer?

Porque o plano de Carreira que qualquer empresa, vai te levar para os objetivos dela, e talvez os seus sejam diferentes.

6. Busque um mentor para todas as etapas de crescimento profissional

Todo mundo precisa de um mentor e comigo não foi diferente. Ao longo dos meus 4 anos de consultoria tive vários mentores, até porque é muito mais fácil a gente trilhar um caminho, guiado por quem já percorreu.

Falando então da Carreira das Mulheres, a gente tem muito sentimento envolvido: culpa, medo, baixa estima, julgamento, receio de ser uma impostora, de dar errado, etc.

Infelizmente no mundo corporativo, tem horas que criamos um personagem para sobreviver a pressão e nos tornamos refém de alguém que não somos.

Está tudo bem ser vulnerável, ok?

Ter uma mentora ao lado, faz você se sentir mais confiante, porque ela vai te desafiar, estará para te ouvir, irá te dar sugestões para agir de forma diferente, fazer você refletir, montar junto contigo estratégias para se posicionar, vai te acolher, quando parece que o mundo quer te excluir.

Meu papel é criar PONTES até o seu objetivo, fortalezar suas raízes, te mostrar a força que tem e que ficou perdida pelo caminho.

Para mim fez muito sentido, ter alguém que entenda minhas dores como mãe, mulher, amiga, esposa, etc.

Quando tomei a decisão de empreender, foi como me jogar do penhasco, sem pensar se teria paraquedas. Eu tinha 50% de voar ou me esborrachar no chão.

E eu voei demais!

Conclusão:

Não queria viver o mundo que foi projetado pelos outros, confie na sua intuição e viva aquilo que deseja e não importa a ideia. Tem gente começando a faculdade aos 60 anos, tem outros que estão fazendo transição aos 40 anos. Não importa! O que vale aqui é você se conhecer, respeitar os seus valores, impor seus limites e praticar todos os dias, o que precisa ser feito para realizar seus sonhos.

A felicidade de viver está no caminho percorrido, vivendo cada dia como fosse o único.

Desejo do fundo do coração que essas recomendações abram a sua mente e você tenha mais sucesso na sua Carreira.

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Priscilla Couto

Mentora de Carreira