"Desperte sua força Interior com o Livro "Mulheres Extraordinárias"

Priscilla Couto

Mentora de Carreira

Eu me sinto uma impostora e você?

“Eu não aceitei a promoção, não me acho merecedora e acredito que nem esteja pronta, mesmo que todo mundo fale ao contrário.”

Aceitei participar de um grande projeto na empresa. Somos 5 pessoas na equipe e o projeto é sensacional, sonho com isso há 2 anos. Mas fiquei pensando: será que foi a primeira escolha ou me chamaram porque ninguém mais aceitou?

Esses são dois relatos reais que ouvi das minhas mentoradas, profissionais fantásticas, com mais de 10 anos de experiência, uma tem doutorado, outra uma carreira internacional e que em algum momento duvidam da sua capacidade.

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Já ouviu falar da Síndrome da Impostora?

Sensação de ser “descoberta“, “desmascarada“, como uma farsa a qualquer momento.

Segundo o Instituto de Psicologia: “A síndrome da impostora é uma desordem psicológica que, apesar de não ser classificada como doença mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é bastante estudada. De acordo com o Instituto, essa síndrome afeta principalmente mulheres, e é caracterizada por pensamentos que reforçam a perda de confiança em si e a sensação de que o sucesso atingido não foi merecido.

Esse conceito foi criado pelas psicólogas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes em 1978, na Universidade da Georgia, após uma pesquisa com 150 participantes.

Mas vamos deixar a orientação científica de lado e partir para o que acontece no nosso dia a dia

Nossa educação contribui e muito para nossa perda de confiança, não é mesmo?

Fomos criadas (me incluo nisso) com a obrigação de cuidar da família e da casa.

Por muito tempos fomos e ainda somos excluídas da sociedade. Demoramos para entrar no mercado de trabalho, ganhamos menos, não ocupamos espaços na liderança, somos desligadas depois que viramos mais… A gente até pouco tempo nem tinha CPF, usava do marido (aff).

Tudo isso aliado à nossa cobrança de querer dar conta de tudo, acaba com a nossa autoestima e confiança.

O que me deixa feliz, é que com todas essas barreiras começam a ser quebradas, nós começamos a questionar os locais que fomos colocadas e passamos a ocupar cada vez mais espaços.

Como sei se me sentindo uma impostora?

Acredito que isso esteja passando agora pela sua cabeça. Primeiro é preciso realizar uma leitura crítica do seu cenário atual. Vou listar alguns “sintomas” que você pode ter e acredite: não é normal se sentir assim.

Veja se isso acontece contigo:

1. Interesse em estudar de forma exagerada

Conhecimento nunca é demais, porém conheço mulheres que exageram nos estudos, acreditando na mentira: o que sei não é suficiente!

O problema é que todo esse aprendizado, nunca é colocado em prática, gerando ansiedade porque ela não consegue dar conta de tudo, sem falar na comparação com outras pessoas.

Vida real: Mariana fez mestrado na França, estava finalizando a faculdade e totalmente enrolada com o seu TCC há 4 meses e estava ansiosa para se inscrever no Doutorado. Somente assim ela acredita que conseguiria uma oportunidade melhor.

2. Falta de confiança*

Mesmo com toda experiência e entrega, você ainda tem receio de se posicionar em uma reunião, pedir aumento, falar sobre suas ideias… tudo isso por não se sentir confiante e preferia se esconder.

Vida realJuliana tinha 6 anos de experiência em marketing em uma grande empresa de TI, mas se sentia perdida e pouco valorizada. Não se sentia à vontade nas reuniões, custava dar sua opinião apenas em casos extremos, sempre com o receio do Diretor não aceitar.

3. Se comparar com os outros e se achar inferior*

Sabe quando a gente se acha o cocô do cavalo do bandido? Pois é, essa é a realidade de muitas mulheres em várias áreas da vida.

Nos colocamos em uma posição inferior, acreditamos fielmente que o outro é sempre melhor, mesmo que ele tenha a mesma competência que você.

Em tempos de redes sociais isso fica ainda mais latente e reforça a ideia que todo mundo sempre consegue tudo e a gente não sai do lugar.

Vida real: Marcia estava frustrada, suas amigas cresciam em suas carreiras e ela continuava no mesmo lugar. Mesmo tendo a mesma formação que o seu chefe, ela se achava inferior porque ele exercia a profissão e ela não.

4. Receio de assumir riscos e desafios

Já parou para pensar que todos os dias você tem novos desafios? Mesmo que você tenha uma rotina ou viva no piloto automático (o que é muito ruim), você não controla tudo e a qualquer momento pode acontecer algo novo.

Assumir risco faz você crescer, além de testar sua capacidade.

Quando você é convidada para participar de um projeto, que fez o convite sabe das suas limitações e mesmo quer você no projeto.

Viver uma vida querendo controlar tudo é ruim demais, sem falar que você perde oportunidades de conhecer e aprender coisas novas.

Vida realCarmem tinha 45 anos e mais de 20 anos de experiência na área educacional, no decorrer da sua carreira, montou um projeto para orientação profissional de jovens e apesar de gostar e acreditar em todo o seu metódo, não colocava para rodar, porque era inseguro.

5. Serei o que os outros querem que eu seja

Esse é um dos maiores erros que você pode cometer na vida e por incrível que pareça existe mais do que você pensa.

Viver sendo quem não somos, gera infelicidade, alimenta uma ansiedade profunda, já que você está sempre alerta para não cometer nenhuma gafe.

Lembre-se disso: as pessoas vão te amam, do jeitinho que você é.

Vida real: Camila tinha 25 anos, saiu da sua cidade no interior e veio para SP, onde começou trabalhar em uma startup. Suas amigas da nova empresa se vestiam muito bem e iam a restaurantes caros. Para ser igual a elas, começou a fazer o mesmo e hoje acumula uma dívida de 20 mil no cartão, que não tem ideia de como irá quitar.

6. Não se sente merecedora*

Quando algo dá bom, você pensa sempre que foi sorte e nunca sua competência. E o pior acredita que sua escolha, foi porque ninguém mais aceitou e você foi escolhida para tapar buraco.

Mulher, acredite: a sorte em algum momento pode até ajudar, mas somente ela não mantém ninguém no topo.

Vida real: Patrícia tem 47 anos e foi convidada diretamente pela Diretora para liderar à fusão da empresa. Ela aceitou, mas ficou pensando porque foi escolhida, ouvi uma história de corredor, que a vaga foi oferecida a outro profissional que não aceitou. Isso ficou remoendo na sua cabeça e estava interferindo nas suas ações. Um dia ela não aguentou e foi conversar com a Diretora. A mesma explicou que na verdade existiam 2 nomes para assumir o cargo e que ela foi escolhida, por já ter passado por uma fusão na empresa anterior, e isso traria uma visão muito melhor do que estava para acontecer.

7. Medo de tomar decisões*

Segundo o The Wall Street Journal em média tomamos 35.000 decisões por dia e a maioria no automático.

É claro que temos decisões que vão mudam o rumo total da nossa vida e precisamos avaliar com calma, mas grande parte são questões triviais e mesmo assim a gente morre de medo.

Hoje mesmo, tenho certeza de que você colocou para baixo do tapete alguma decisão que tem que tomar.

Só que quando você faz isso, o problema se tornar uma bola de neve e você não consegue resolver tão fácil.

Para tomar decisões melhores, eu uso uma ferramenta que se chama: perdas & ganhos e você tem pode usar. Pega um papel e caneta e anota tudo que você vai ganhar ou perder no cenário 1 (seu momento atual) e no cenário 2 (seu momento futuro). Assim você tem clareza sobre o que pode acontecer e eu decide o que será melhor.

Vida real: Marcela, tem 35 anos e recebeu uma proposta para morar em outra cidade. No início ela achou tudo ótimo, mas depois analisando ficou indecisa com qual resposta dar. Conversou com algumas pessoas e nada ajudava. Do outro lado a empresa tinha que ter uma resposta e alinhou um prazo que ela não conseguiu cumprir. Quando tomou a decisão, recebeu o e-mail da empresa, agradecendo por ter participado do processo, mas a vaga tinha sido preenchida por outra pessoa.

8. Medo de se expor*

Você tem medo de falar em público? Eu morria de medo até 2019, quando virei sem vergonha (rs).

Você sabia o medo de falar em público para algumas pessoas é igual ao medo da morte?

Eu nunca gostei de me expor, muito menos falar em público. Sidney Rodrigues, meu chefe entre 2005 e 2014, me treinava todos os meses, me colocando para fazer apresentação de resultados. Lembro até hoje, quando ele dizia: “você vai precisar quebrar essa barreira para crescer na Carreira.” E estava certo! Mas foi apenas em 2019 com o Luciano Steffen que eu saí do estado frozen.

Hoje eu ligo a câmera, entro ao vivo em programas de TV, palestro sem receio, não perco nenhuma oportunidade de falar sobre o meu negócio e as conquistas das minhas mentoradas.

Uma das minhas últimas ousadias, foi participar do Projeto 3 IN 3 com o Milton Beck, Diretor do LinkedIn na América Latina (clique aqui e assista).

É preciso aprender colocar nossos ovos e cacarejar.

9. Perfeccionismo

Sei que você já pensou: tudo tem que sair perfeito, não pode ter nenhum erro!

Como você consegue fazer isso, porque eu não consigo!

Perfeição não existe e sabe por quê: Somos seres humanos, vamos errar, ter medo, sentir raiva.

Pensar em fazer tudo perfeito, mas com que você não termine nada, viva ansiosa, talvez tenha uma cobrança excessiva com a sua equipe e até tenha problemas de relacionamento.

Vida real: Suzana estava cansada de ser chamada atenção porque perdia seus prazos. Mas isso acontecia porque ela precisava revisar cada relatório 3x para ter certeza de que tudo estava ok e ainda pedi uma outra amiga para dar uma olhada.

Por que me sinto assim?

Se você se identificou com algumas das situações acima, agora você deve estar se questionando, porque isso acontece.

Pelos meus estudos sobre o tema e a minha própria vivência (todos os sentimentos que estão marcados com * eu sinto também), considero esses os motivos:

  • Cobrança da família em ser a melhor
  • Relações de trabalho desiguais
  • Relações com pessoas tóxicas
  • Jornada exaustiva da mulher
  • Falta de reconhecimento por parte do mercado
  • Medo de ter ficado para trás com a maternidade
  • Receio sobre a sua idade
  • Desligamento e perda da identidade profissional

Agora eu sei que você pensou: “Meu Deus, ela está falando de mim total.”

Se for isso, não se assuste…

Eu também me sinto uma impostora!

E aprendi que quanto mais converso sobre isso, reconheço minhas fortalezas, entendo quais são os pontos que posso melhorar e tenho pessoas a minha volta para me apoiar, o cenário muda.

Segue algumas ações que vão te ajudar a reduzir esse sentimento:

  • Encontrar espaços seguros para trocar sobre suas inseguranças (conte comigo)
  • Desenvolver o autoconhecimento, tendo clareza de quem você é
  • Aceitar que você vai errar e está tudo bem
  • Avalie se o que você pensa de ruim sobre ti é verdade, tem fatos e dados que comprove
  • Entender que as pessoas vão continuar gostando de você, mesmo que dê ruim
  • Busque trabalhar com o que gosta
  • Não sei aceite menos do que merece, seja na vida pessoal ou profissional
  • Evite se comparar, principalmente com o que você vê nas redes sociais
  • Faça exercícios, tenha uma boa alimentação e cuida de você
  • Confie na sua intuição
  • Seja a primeira a se valorizar

……..

Talvez você olhe para essa listagem e pense: são coisas tão simples e por que não consigo?

Porque tem horas que a gente só consegue olhar para o problema e não vê espaço para a solução.

Não adianta as pessoas falarem que você e PHODDA, se você mesma não acreditar!

E claro que eu também não posso deixar de puxar sardinha para o meu lado e dizer: tem coisas que não conseguimos conquistar sozinhas.

Para me livrar de grande parte desses sentimentos, tive que ter o acompanhamento de outra mulher incrível.

Não estou totalmente livre, mas entendo quando eles aparecem e já sei o que fazer.

Vou deixar para você 2 presentes:

  1. Faça esse teste e saiba se você se sente impostora: Teste da síndrome do impostor: você se autossabota demais? (eurekka.me) – (meu resultado foi 51)
  2. Recomendação do Livro da Rafa Brites

Priscilla Couto

Mentora de Carreira